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sexta-feira, 29 de novembro de 2013


EXIBICIONISMO


  Mania ou gosto de ostentação; perversão que consiste em gostar de exibir o corpo. Mostrar, expor, patentear, alardear, apresentar.
  Além de ser uma consequência direta do tabu do sexo e da nudez, o exibicionismo decorre de um sentimento de inadequação e insegurança relativa ao sexo, e, em termos mais amplos, da impossibilidade de se relacionar com as pessoas de igual para igual.
  Relatos bíblicos contam que mordido o fruto proibido, Adão e Eva se aperceberam de sua nudez e, envergonhados, cobriram-se com folhas de Parreira. Não se esclarecendo com exatidão o motivo dessa vergonha. A partir dai, entretanto, a nudez sempre foi associada a sexualidade, teria se tornado um tabu para a chamada civilização ocidental.
  Não é de surpreender que a maioria das pessoas se assuste e mesmo se sinta ofendida quando se depara, seja num canto escuro de parque, seja em plena rua com a inesperada figura de um exibicionista. E não é atoa que a prática do exibicionismo seja considerada um crime, possível de condenações previstas na forma da lei.
  Mais interessante é que, apesar de condenado moral e legalmente, o exibicionismo é um dos crimes mais frequentes dentre aqueles ligados à sexualidade; cerca de um quinto dos processos por ofensa sexual são acusados de exibicionismo. Mais curioso consiste no fato de esses 'criminosos' serem do sexo masculino em sua grande maioria.

  Esse detalhe talvez tenha muito a ver com o que as militantes feministas denunciam como concepção 'machista' da sociedade.
  Em muitos países, a lei só reconhece como crime a exibição do pênis, enquanto um show de strip-tease : cujo o principal objetivo é sem dúvida alguma a exibição do corpo da mulher e não apenas isento de sanções penais como também anunciado publicamente. Apesar do tabus, diriam as feministas, a nudez da mulher não choca porque se transformou em um mero objeto de consumo. Aliás, em certa medida o próprio exibicionismo seria uma consequência do machismo, que exige dos homens um comportamento sexual extremamente viril, quase brutal. Assim dessa maneira, sentimentos de inadequação e insegurança em relação ao sexo, o medo de não ser capaz de satisfazer a companheira e a obsessão excessiva em manter um comportamento sexual vigoroso muitas vezes conduzem ao exibicionismo. Isto porque o que importa nesse tipo de 'ato sexual', e a relação inicial da 'vítima'; o susto, o horror e o medo desta é interpretado pelo exibicionista como uma prova de sua masculinidade.
  Por esse motivo, o exibicionista geralmente prefere 'atacar' mulheres jovens ( ou mesmo meninas), que se assustam mais facilmente, mais da metade das denuncias de exibicionismo parte de jovens menores de 16 anos. As mulheres mais velhas podem reagir com naturalidade, criando situação embaraçosa e frustrante para o exibicionista.
  Como a prática do exibicionismo visa o choque e o susto, suas vítimas, ao contrário do que se costuma imaginar, raramente são atacadas fisicamente. Inseguro de si, o exibicionista é incapaz de se aproximar muito de suas vítimas, muito menos de se exibir por um tempo relativamente longo. Essa timidez do exibicionista é compartilhada pela maioria dos  chamados 'delinquentes sexuais': segundo estatísticas resultante de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, apenas 700 dos 3600 acusados de crime sexual havia efetivado ataques físicos.
  Inseguro em assumir o seu papel no sexo, o exibicionista, após assustar as pessoas com seu comportamento, completa seu ' ato sexual', por meio de masturbação.
  Naturalmente não existe nenhuma figura típica, um protótipo de exibicionista, ele não possui nenhum traço físico, ou 'ar' específicos. Assim sendo, um respeitável senhor acima de qualquer suspeita como um rebelde adolescente, pode ser jovem, adulto ou velho, casado ou solteiro. Todos esses casos encontra-se um denominador comum, a imaturidade, sobretudo em relação ao sexo, ou, segundo  a terminologia Freudiana, o complexo de castração.
  Segundo Freud, as crianças imaginam que as mulheres são homens que tiveram o seu pênis cortado. Por esse motivo, os meninos passam a temer a possibilidade de serem castrado. O homem por alguma deficiência de sua formação, teme inconscientemente a eventual castração - o que o levaria a exibir-se para se certificar da existência de seu órgão sexual.
  Tais explicações, o fato é que as crianças (que segundo Freud normalmente apresentariam o complexo de castração) em geral passam por uma 'fase exibicionista', elas costumam exibir entre si, estabelecendo comparações, motivo esse que geralmente as crianças demonstram uma grande curiosidade em relação ao sexo. 
  Essas atitudes inocentes, se os pais reagirem embaraçados ou mesmo repreenderem a criança, está pode concluir que o sexo é algo 'sujo', e passar a alimentar um sentimento de culpa em relação a ele, criando assim uma instabilidade emocional em relação ao sexo, o que pode redundar na prática de exibicionismo.
  Essa situação familiar - em que é socialmente reproduzido o tabu da nudez ( e do sexo) - pode também produzir o reverso da moeda: a 'vítima' do exibicionismo.

  Na adolescência, uma informação inadequada e preconceituosa pode redundar em uma visão ' mecanicista' do sexo, que é uma das formas do 'machismo', o jovem passa a acreditar que um homem não deve se envolver nos complexos labirintos da emoção e do sentimento, e se orgulha de sua impassividade em relação as sucessivas metamorfoses sentimentais de sua masculinidade. 'Homem não chora', diz ele. Essa concepção ao ser transportada para o campo da sexualidade propriamente dita, acaba por provoca um comportamento sexual impessoal, isento de qualquer espécie de prazer.
  Na maioria dos países, os adolescentes em geral tem sua iniciação sexual com prostitutas, o que reforça a ideia de que se trata de um ato impessoal, uma extensão da masturbação, ele assim se torna incapaz de manter uma ralação normal e pode substituir o ato sexual (que envolve o jogo das emoções que despreza) por exibicionismo.
  O exibicionista adulto pode estar apenas dando continuidade a práticas que adquiriu na juventude, mas pode também estar buscando novas formas de emoções, já que tudo para ele se tornou rotineiro e monótono. 
  Essas incapacidades podem ser corrigidas através do auxílio psiquiátrico, corrigido no sentido de ajuda-lo a abandonar o seu hábito.
  Segundo ao professor James Mathis, o exibicionismo em um adolescente equivale a um grito de socorro endereçado a aqueles que possam auxilia-lo. Mathis acredita que o caso deve ser atenciosamente acompanhado. Uma das técnicas mais usadas para esse tipo de tratamento é psicoterapia de grupo, aplicada no sentido de integrar melhor 'o paciente' em um relacionamento humano.
  Uma forma de exibicionismo que se tornou muito conhecida e comentada no ocidente no início da década de 70 com o nome de Streaking em termos estritamente descritivo, esse tipo de exibicionismo consiste em sair correndo pelas ruas, sozinho ou em grupo, totalmente despido.

   
   Em primeiro lugar, o Streaking é uma atitude tomada sobretudo pelos jovens.
  Em segundo lugar essa prática conquistou adeptos em várias partes do mundo, aa ponto de ser considerada um ' movimento internacional'.
  O Streaking tem como principal objetivo a contestação social: despi-se em pleno público é por si só um protesto contra os valores da civilização moderna ( a começar com o tabu da nudez).
  Streaking pode ter tanto um alvo difuso ( como um protesto geral contra o 'sistema'), como um objeto bem preciso (por exemplo, o militarismo Norte - americano).
  Andar nu pelas ruas em certa medida, torna-se moda e as pessoas mais sisudas passaram a encarar esse tipo de comportamento com bom humor, considerando-o meras excentricidades de adolescentes. Assim o Streaking acabou se reduzindo a uma simples variante do velho exibicionismo, que, no fim das contas, equivale a um grito de desespero: 'olhem para mim'!          

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