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sexta-feira, 8 de novembro de 2013



Alcoolismo e suas consequências


  Uma das características marcantes do álcool é ser muito rapidamente absorvido pela corrente sanguínea. Ao contrário da maioria dos alimentos, ele não precisa sofrer o processo da digestão, antes de chegar às paredes do estômago e ser distribuído pelo corpo. Em menos de cinco minutos o álcool é levado ao cérebro pela corrente sanguínea, razão pela qual age tão depressa sobre o estado psíquico de quem o ingere. É por isso também que se fazem sentir de imediato os efeitos de uma bebida ingerida de estômago vazio. Se for tomada após uma refeição tem de ultrapassar uma " barreira" de alimentos antes de entrar na circulação.
  Cerveja, vinho, caipirinha, chopp: elementos da vida cotidiana de muita gente. Essas bebidas ajudam a celebrar datas festivas, a selar compromissos, a completar refeições nos finais de semana, alegrar festas, "criar um clima". São as desculpas para encontrar amigos em um barzinho, depois do cinema, ou mesmo só para conversar.
  Mas, se bebida traz momentos bons e alegrias, não é novidade para ninguém que pode trazer muito sofrimento também. Acidentes de automóveis, atropelamentos, quedas, violência familiar e nas ruas, além de uma série de problemas de saúde, são resultados do consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
  Bebe-se demais, no lugar errado, na hora errada, com companhias erradas. E não estamos falando aqui de alcoolismo! Estamos falando de qualquer pessoa que ingere, com qualquer idade, que pode acabar se dando mal, simplesmente por ter bebido em uma situação indevida.
  Ao contrário do que se costuma pensar, o álcool é mais depressivo do que estimulante, e pertence, na verdade à categoria dos barbitúricos, tranquilizantes, etc. Para se compreender de que modo um depressivo pode agir no sentido de provocar um sentimento de "elevação" ou se excitação, basta lembrar quais as partes do cérebro que sofre da pressão em depressão em primeiro lugar. Embora a ação exata do álcool ainda seja misteriosa, parece que os primeiros centros afetados ( e os únicos envolvidos quando se trata de doses pequenas) são os lobos frontais. Estas várias áreas do córtex cerebral, situados atrais da fronte e acima dos olhos desempenham um papel primordial no raciocínio e outras funções analíticas. Em palavras mais simples elas agem como partes " criticas" ou "julgadoras " do cérebro. O principal efeito depressivo do álcool incide exatamente sobre esses centro e, em consequência as faculdades criticas do individuo ficam parcialmente suspensas. O efeito total é uma perda de ansiedade: adota-se  uma visão menos "séria" da vida, e as inibições menores são removidas. Quando tomado em pequenas doses, o álcool produz efeitos benéficos, abrandando o lado critico fortemente acentuado da personalidade. Todavia em doses maiores o quadro muda dramaticamente para pior. 

    Quando se consome bebidas alcoólicas em excesso, principalmente com o estômago vazio, causam uma inflamação constante das paredes dessa víscera. Com o tempo as paredes se convertem em uma espécie de tecido de cicatriz superficial, causando uma pertubação digestiva. Com o figado acontece quase a mesma coisa, pois esse órgão tem que suportar o ataque de todo o álcool absorvido pelo estômago. Depois de algum tempo, o figado se torna escoriado e ineficiente, condição essa conhecida como cirrose. Para que tais mudanças patológicas ocorram, deve haver uma ingestão elevada e constante de álcool durante muitos anos, sem que o indivíduo dê a devida atenção nos persistentes sinais de advertência de seu estômago, como  indigestão e vômitos frequentes.
  Mesmo em doses pequenas, o álcool delata os vasos sanguíneos da pele. Estes após a ingestão constante e maciça de bebidas alcoólicas, estão sujeitos a pequenas rupturas, produzindo uma ruborização da superfície da pele.
  O principal dano físico causado pelo álcool é, por estranho que pareça, de caráter nutricional. Isso decorre das propriedades especiais da bebida, fonte instantânea de energia - como certas gorduras e carboidratos. Com efeito, em termos de mecanismo de "rápida liberação", destinados a prover o corpo de energia, existem poucas substâncias que agem com tal velocidade e eficiência. Assim, as pessoas que bebem regularmente retiram do álcool grande parte de sua provisão básica de energia, enquanto os combustíveis "normais" - gorduras e carboidratos, etc -, deixando de ser utilizados, ficam armazenados no organismo, contribuindo para o aumento de peso.
  Com excesso de bebida provoca outro prejuízo ainda mais sério, que é a notável deficiência de vitaminas especialmente a B. Isso ocorre porque o álcool não possui qualquer valor nutritivo, apesar de dar a pessoa que o ingere em quantidades elevadas, uma sensação de satisfação. A perda do apetite normal que segue a ingestão de doses elevadas resulta numa carência das principais vitaminas. As deficiências dessas vitaminas e de outros elementos nutritivos dão origem a uma pronta degenerescência do sistema nervoso, ou uma tendência crescente a moléstias do coração e a várias formas de anemia observadas caracteristicamente nos alcoólatras crônicos.  
  Prejuízos causados pela ação do álcool sobre os tecidos do corpo são menores mas, a longo prazo, poderá ocorrer uma deterioração fisiológica. Essa degenerescência física e mental nem sempre se torna manifesta. Os verdadeiros sinais da doença manifestam-se no modo como essas pessoas permitem que o álcool interfira em suas vidas, destruindo-a e prejudicando aqueles que vivem em estreito contato com elas
  O  uso prolongado do álcool vicia, ou seja, leva a uma dependência fisiológica e psicológica em relação a droga. A maioria dos psicólogos e especialistas classificam como alcoólatra uma pessoa que experimente crises repetidas de intoxicação ou intensa embriagues que prejudiquem a saúde ou que recorra habitualmente ao álcool para enfrentar os problemas do cotidiano, num grau que interfira seriamente com a vida profissional, doméstica ou social.
  Nos Estados Unidos, as estimativas chegam a um total de até 10% das forças produtivas do pais. Destes apenas 5 % ( 0,5 % da força de trabalho total) realmente terminam nos ambientes sórdidos em que se refugiam os alcoólatras. Entretanto, como observou um alcoólatra regenerado, "não importa se você está caído de bêbado numa sarjeta ou num tapete macio, o fato é que você é um alcoólatra".
  Como se pode dizer que uma pessoa é alcoólatra? 
  O limite entre um indivíduo que bebe frequentemente em sociedade e o alcoólatra é muito tênue e mal definido. Portanto deve-se atentar para alguns sinais de perigo, embora antes não indiquem necessariamente que uma pessoa seja alcoólatra. Por outro lado, a ausência desses sinais também não deve levar obrigatoriamente a conclusão que o indivíduo não é alcoólatra.
  Sinais, relacionados abaixo sobre a forma de perguntas reference a pessoas que ingerem álcool de maneira regular e excessiva e que têm motivos para suspeitar de alguma dependência em relação a bebida:
  1- Você tem bom apetite e faz suas refeições regularmente?
  2- Você sofre ou tem uma dependência á sofrer de indigestão ou gastrite?
  3- Em geral você dorme pouco e mal?
  4- Tem " ressacas" frequentes?
  5- Costuma descobrir ocasionalmente no corpo inchaços, queimaduras ou lesões para os quais não consegue encontrar explicação?
  6- Você sente necessidade de tomar um drinque de manhã para "acalmar os  nervos"?
  7- Alguém já sugeriu, de um modo ou de outro que você está bebendo demais?
  8- Sua situação econômica está sendo influenciada, de alguma forma, pela hábito de beber?
  9- Já sentiu alguma vez escurecimento da  vista como resultado da ingestão de álcool?
 10- Você já foi acusado de ter ofendido alguém quando estava embriagado?
 11-  Tem alguma tendência a "roubar drinques" quando ninguém está olhando?
 12-  Já fez esforços ( mal sucedido ) para controlar a bebida, como tentar não beber antes do meio dia, limitar-se a um único tipo de bebida, evitar drinques por períodos curtos de alguns dias ou semanas "para provar a si mesmo que pode controlar a bebida", e assim por diante?
13- Você sente uma necessidade frequente de beber, antes de enfrentar alguma situação difícil na vida?
  Os treze sinais não são de modo algum conclusivos, mas podem servir como valiosos "salva-vidas". Todo indivíduo que honestamente responda "sim" a qualquer das perguntas: 6,7,9,11 e 12 está muito provavelmente no caminho do alcoolismo. Se responderam afirmativamente duas ou três dessas perguntas talvez já seja um alcoólatra em alto grau. Respostas afirmativas a mais de uma das outras questões também indicam que existe algum perigo.
  O alcoolismo pode ser curado?
  -  Sim, desde que o indivíduo reestruture a sua vida completamente, depois de curado, para que o álcool não tenha nela qualquer participação. Embora existam algumas técnicas de auxilio à cura, o processo de reestruturação depende, em última instancia do próprio indivíduo. Não há remédios que curam miraculosamente o alcoolismo, nem formas de psicoterapia ou curas de repouso que possam alterar essa condição, a menos que o próprio indivíduo seja o primeiro a tomar a iniciativa.


Antes de mais nada a pessoa tem que aceitar a ideia de que é um alcoólatra. Infelizmente a maioria dos alcoólatras costuma negar a natureza e entestação de sua dependência em relação a bebida.
  O indivíduo deve compreender que o alcoolismo é uma doença e que ele está afetado por ela. Só assim poderá aceitar a ideia de procurar tratamento onde quer que ele exista. Mas o tratamento implicará no horror da abstinência e o alcoólatra muitas vezes não tem condições de se submeter voluntariamente a ele. 
  O terceiro passo envolve a aceitação pelo alcoólatra, de que sua vida está sendo substituída com uma rapidez crescente e que ele só poderá se salvar se excluir totalmente o álcool, não só naquele momento, mas para sempre. Ele precisa aceitar o fato de que o hábito de beber fugiu ao seu controle e que ele já não pode esperar controla-lo a não ser por meio da abstinência total. Ao alcançar o mais baixo nível psicológico e ao aceitar a realidade da situação, alcoólatra estará no caminho da recuperação.
  Todas as formas de tratamento do alcoolismo servem apenas de apoio ao esforço que o próprio indivíduo deve fazer para se libertar do vício. A três tipo básicos de tratamento: fisiológicos, psicológico e sociológico. A terapia a longo prazo, que em geral produz bons resultados, é uma combinação dessas três abordagens.
 1- O tratamento fisiológico consiste normalmente em ministrar ao viciado algum medicamento que torne a ingestão do álcool repulsiva. Para se obter esse resultado usa-se geralmente uma substância denominada Disulfiram também conhecido como Antabuso.
  O ponto fraco do tratamento consiste no fato de que os alcoólatras devem tomar sua pílula diária de Antabuso. Muitos deles, entretanto, resolvem o seu doloroso dilema simplesmente "esquecendo-se" da pílula toda vez que planejam um drinque.
  2- O método psicológico de tratamento visa a resolver o problema à maneira psicanalítica, tentando identificar as origens do hábito anormal do paciente. Essa técnica oferece apenas um exito limitado, principalmente porque o alcoolismo uma vez em processo opera importantes mudanças no organismo. Em seu nível primário o vicio é antes fisiológico do que psicológico.
  A psicoterapia pode ajudar ocasionalmente induzindo o indivíduo a compreender que perdeu todo o seu controle sobre a bebida.
  3- O tratamento sociológico é uma das melhores abordagens em relação ao alcoolismo, por que o indivíduo é assistido por outras pessoas durante a recuperação. Tal simpatia vinda nas maiores partes das vezes de uma classe especial de indivíduos ex- alcoólatras é vital para a recuperação do paciente, que necessita de compreensão.

PARA CONHECIMENTO

  TEOR ALCOÓLICO

  As bebidas variam quanto a quantidade álcool puro que contém. Veja abaixo o teor alcoólico aproximado de cada tipo de bebida.

CERVEJA E CHOPE - 4% A 6%
VINHO - 12%
LICORES - 15% A 30%
DESTILADOS ( PINGA, VODCA, CONHAQUE, UÍSQUE) - 45% A 50%

  Mas não se iluda, mesmo tendo menor teor alcoólico, se você beber muito, pode ficar embriagado.



TU  FAZES  TEU  CAMINHO

O caminho é longo,
é preciso chegar até o fim.
O caminho é pedregoso,
é preciso desviar das pedras, quebrar as rochas
e seguir adiante

O caminho é perigoso,
é preciso construí-lo todos os dias, arrancando espinhos,
derrubando barreiras, aterrando vales.

As vezes o caminho escurece,
é preciso estar prevenido, não deixando a lâmpada
sem azeite e estando pronto para tudo o que acontecer.

As vezes, chove, faz frio
e o vento sibila furiosamente, 
é preciso procurar um abrigo

As vezes, o caminho é solitário,
é preciso encontrar um amigo.

As vezes, o sol queima, a sede devora,
é preciso uma sombra, uma fonte
onde se possa revigorar

As vezes, toda a perspectiva do caminho desaparece,
é preciso uma esperança profunda, sem limites,
uma esperança que se transforme em certeza.

Certeza de que alguém falou
e a sua palavra nunca falha.

Certeza de que não se está só nesta jornada,
mas que se é um povo construindo a sua estrada,
rumo a um mesmo fim.


    
             

2 comentários :

  1. O álcool é como o alimento se comer demais faz mal, e a maioria das pessoas bebem para mostrar que sabem beber e podem beber sem se embriagar, infelizmente se acham o tal, quando na verdade quem tem controle sobre seu corpo suas vontades e desejos, se livram de todo mal que foi passado nesse artigo que o Dr escreveu, muitos aprendem tarde que não precisam disso para serem importantes e aceitos pela sociedade! Parabéns pelo seu artigo instrutivo!

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    1. O álcool nos engana nos primeiros copos, a euforia de um encontro, o relaxar depois de um dia cansativo e estressante, a alegria exagerada, o poder, a força, valentes, ou mesmo a catarse do bar.
      Depois vem os outro copos e vamos sendo roubados de toda nossa lucidez, nosso amor próprio, de raciocínio, de nossa capacidade de pensar. Somos os melhore ou piores seres humanos. Nesse estágio já não somos donos de nós mesmos. Como é triste ouvir ou ver alguém de ressaca moral. E como é difícil para o alcoólatra reconhecer que está doente e que também está adoecendo as pessoas a seu redor, às pessoas que o ama. (os codependentes)Derli Amaral psicóloga e psicanalista

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